Medeiros Neto, 04 de setembro de 2024 – O processo eleitoral em Lajedão, sul da Bahia, está prestes a passar por um novo e tenso capítulo. Após a recente acusação de falso testemunho que atingiu três servidores do alto escalão da gestão do prefeito Ariston Almeida Passos Filho, conhecido como “Tonzinho”, agora outras pessoas próximas ao prefeito estão sob alerta: qualquer nova tentativa de manipulação da Justiça Eleitoral poderá resultar em graves consequências, incluindo prisões.
As testemunhas que serão chamadas a depor na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movida contra a chapa de “Tonzinho”, já foram advertidas pelas autoridades eleitorais. A situação é crítica após os depoimentos de Walas de Jesus Moreira (chefe do RH), Octávio Augusto Novais Menezes (secretário de Finanças), e Luciana Oliveira Ferreira (diretora de Divisão), que foram formalmente incriminados por falso testemunho na audiência realizada em 3 de setembro. Os três servidores haviam tentado, sem sucesso, sustentar a tese de que a candidata a vice-prefeita Maria de Lourdes Tavares não havia se desincompatibilizado de suas funções, um ponto que, se comprovado, poderia inviabilizar sua candidatura.
O Ministério Público Eleitoral, que identificou inconsistências e contradições nos depoimentos, já sinalizou que não haverá tolerância para novas tentativas de mentir em juízo. A pena por falso testemunho pode chegar a quatro anos de prisão, além de sanções administrativas severas, como a perda de cargos públicos e a inelegibilidade.
A perspectiva de novos depoimentos nas próximas etapas do processo coloca ainda mais pressão sobre os servidores e apoiadores ligados ao prefeito. “Qualquer nova tentativa de obstruir a Justiça será tratada com o mesmo rigor, e as consequências serão implacáveis”, afirmou uma fonte próxima à investigação.
“Funcionários fantasmas” sob investigação
Além da questão do falso testemunho, a AIJE também começa a investigar a possível existência de um esquema de “funcionários fantasmas” em Lajedão, o que agrava ainda mais a crise em torno da gestão de “Tonzinho”. Servidores que supostamente não exercem suas funções, mas continuam recebendo salários, foram citados no processo, e as investigações podem revelar uma teia de irregularidades administrativas de proporções ainda maiores.
À medida que as investigações avançam, cresce o temor de que outras testemunhas sejam convocadas a depor e, caso decidam seguir a mesma linha adotada por aqueles já incriminados, poderão enfrentar o mesmo destino, comprometendo não só suas liberdades, mas também a estrutura administrativa do município.
Impacto político
Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, o prefeito “Tonzinho” vê sua campanha de reeleição ser duramente atingida. A descoberta de depoimentos falsos não apenas mancha a imagem da atual administração, mas também levanta questões sobre a legitimidade de suas práticas políticas e o uso da máquina pública para garantir apoios. O futuro político de “Tonzinho” agora está nas mãos da Justiça Eleitoral, que seguirá analisando as provas e depoimentos colhidos no âmbito da AIJE.
Conclusão
Com a ameaça de novas incriminações por falso testemunho e a investigação sobre “funcionários fantasmas” avançando, o cenário político em Lajedão se complica cada vez mais. O processo da AIJE não apenas expõe falhas administrativas, mas também revela uma tentativa desesperada de manipular a Justiça Eleitoral. As testemunhas envolvidas, bem como a gestão do prefeito “Tonzinho”, enfrentam agora um momento decisivo, onde a verdade será a única defesa viável para evitar desdobramentos ainda mais desastrosos.