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Itapetinga e o Contrato Milionário para Gestão de Resíduos: Um Caminho Questionável

No dia 25 de outubro, poucos dias após as eleições, a Prefeitura de Itapetinga publicou um edital que prevê a concessão dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos por 30 anos. O valor estimado do contrato é de R$ 329,6 milhões, o que corresponde a uma despesa mensal de aproximadamente R$ 915 mil – números que têm causado indignação na população.

A proposta prevê que o lixo produzido em Itapetinga seja transportado para Vitória da Conquista, localizada a cerca de 100 km, onde a empresa contratada possui sede e aterro sanitário. Essa decisão, além de elevar significativamente os custos logísticos, ignora a existência de um aterro sanitário no próprio município, o que poderia reduzir despesas e criar oportunidades de desenvolvimento local.

Além do impacto financeiro, o contrato representa a perda de uma oportunidade de transformar a gestão de resíduos em uma fonte de benefícios para Itapetinga. Com o investimento em infraestrutura própria, a cidade poderia implementar um sistema de reciclagem e compostagem, gerando empregos, fomentando a economia local e promovendo a sustentabilidade. Um projeto desse tipo beneficiaria especialmente as famílias de baixa renda, além de incentivar práticas ambientalmente responsáveis.

Ao invés de comprometer o município por três décadas, a Prefeitura poderia explorar alternativas mais viáveis, como parcerias com cidades vizinhas, desenvolvimento de tecnologias para reutilização de resíduos e geração de energia. Soluções regionais e consorciadas reduziriam custos, criariam empregos e manteriam a gestão de resíduos sob controle local.

A proximidade da licitação, marcada para 17 de dezembro, levanta preocupações sobre a transparência e o impacto dessa decisão, que ocorrerá no fim do mandato do atual prefeito. Essa medida, que compromete as finanças públicas por anos, precisa ser analisada com rigor pelo Ministério Público e pela população, para garantir que o interesse coletivo seja priorizado.

Essa situação se soma a uma série de contratos polêmicos e de alto custo que têm sido firmados nos últimos anos em Itapetinga, como os R$ 25 milhões gastos em iluminação pública de LED e a terceirização da gestão hospitalar por R$ 1,5 milhão mensais. É fundamental que a população esteja atenta e exija maior responsabilidade e transparência na gestão dos recursos públicos, buscando soluções que garantam um futuro sustentável para o município.

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