Nos últimos 24 anos, o Brasil tem enfrentado uma epidemia de violência que resultou em centenas de milhares de mortes. De 1999 a 2023, estima-se que o número de mortes violentas no país ultrapasse 1 milhão de vítimas, com uma média anual em torno de 45 mil homicídios, atingindo picos acima de 60 mil nos anos mais violentos, como 2017. Para efeitos de comparação, essas perdas humanas superam muitas guerras recentes e destacam a gravidade do problema no Brasil.
O ano de 2022, por exemplo, registrou 46,4 mil homicídios oficialmente reconhecidos, com uma taxa de 21,7 mortes por 100 mil habitantes. Considerando também as mortes violentas por causas indeterminadas, o número pode chegar a 52,3 mil no mesmo ano, o que equivale a cerca de 143 pessoas assassinadas por dia. Essa realidade é alimentada principalmente pela expansão de facções criminosas, disputas territoriais e pela interiorização do tráfico de drogas, especialmente no Norte e Nordeste do país.
Esse quadro revela uma tragédia de dimensões sociais e humanas alarmantes, que exige maior atenção das autoridades e da sociedade para lidar com as causas estruturais da violência e fortalecer políticas de segurança e justiça social.