A Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, nesta terça-feira 5, a segunda fase da operação Rolo Compressor para investigar suspeitas de corrupção e desvio de verbas públicas em obras nas rodovias BR-163 e BR-487, no Paraná.
A ação cumpre 54 mandados de busca e apreensão em diversos estados: São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina e Rondônia. Mandados também são cumpridos no Distrito Federal. A Justiça determinou, também, o bloqueio de bens dos investigados.
Os alvos da operação desta terça ainda não foram oficialmente divulgados pela PF ou pela CGU.
A operação tem o apoio do Ministério Público Federal e aponta irregularidades graves na aplicação de recursos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). O esquema, que teria participação de servidores, funcionaria, pelo menos, esde 2011.
Na primeira fase, em 2022, a operação prendeu temporariamente um suspeito – o engenheiro civil José da Silva Tiago, que comandou o Dnit por quase uma década – e afastou cinco membros do Dnit. Naquela ocasião, a Justiça também ordenou o bloqueio de bens. O esquema de corrupção é investigado pela CGU e pela PF desde 2015.
A operação desta terça-feira mira dois contratos para obras em trechos de rodovia do Paraná, a BR-163, entre Toledo e Marechal Cândido Rondon, e a BR-487, entre Porto Camargo e Serra Dourados. Ao todo, os contratos somam quase 694 milhões de reais, de reais, dos quais quase 75,8 milhões teriam sido desviados pelo grupo.
A auditoria conduzida pela CGU identificou, nos dois casos, um sobrepreço e superfaturamento. O órgão também constatou deficiências na execução das obras, que estavam em desacordo com normas técnicas.
Entre os crimes investigados estão fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. As duas rodovias em questão representam corredores logísticos estratégicos para o escoamento da produção agrícola do Paraná.
Fonte: Carta Capital