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Duas quadrilhas atuam em golpes do Pix em Vitória

Até o momento, das três lideranças de uma organização, foram presos Guilherme Lourenço da Costa, mentor intelectual dos crimes, e João Vitor Almeida da Silva

Um assunto que tem angustiado muitos moradores de Vitória, em especial do bairro Jardim da Penha, que é o sequestro-relâmpago com a finalidade de promover golpes do Pix, ainda é motivo de preocupação.

É que, apesar de já terem sido identificados três líderes de uma organização criminosa, a Polícia Civil informou que ainda há outra quadrilha que vem praticando este tipo de crime.

Até o momento, das três lideranças de uma organização, foram presos Guilherme Lourenço da Costa, de 24 anos, mentor intelectual dos crimes, e João Vitor Almeida da Silva, da mesma idade do comparsa. Já uma mulher, de 23 anos, está foragida e não pode ter o nome divulgado, já que ainda não foi alvo de denúncia.

Foto: Divulgação / Polícia Civil

Sobre o caso, novas informações foram apresentadas em coletiva de imprensa que ocorreu ainda na manhã desta quarta-feira (11). De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, as duas prisões de lideranças de uma quadrilha já podem ser consideradas um alívio.

“Era algo que estava angustiando muito a população e, por isso, criamos um núcleo de estudos especializados no Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) para trabalhar essas questões. Foram feitas incursões integradas para prender os criminosos, mas ainda restam outros integrantes. Identificamos duas organizações criminosas, uma ainda mais perversa, então agimos rápido, de forma estratégica”.

O chefe do Deic, delegado Gabriel Monteiro, também se manifestou sobre os casos. Segundo ele, por meio de uma investigação profunda, foi possível identificar os três principais autores desses crimes de uma quadrilha. Primeiro, a intenção era de prender os mandantes.

“Então representamos pelas três prisões: do João Vitor, do Guilherme, e de uma mulher. A partir daí, montamos uma operação na sexta (06), com 20 policiais civis. Fomos nos três endereços. O principal alvo era o Guilherme, que planeja e executa também. Chegamos às 5h da manhã na casa dele, em Vila Velha e realizamos a prisão. Na casa dele encontramos um vídeo e as roupas usadas nessas extorsões”, esclareceu.

 

Logo após, a polícia foi prender João Vitor, em Cariacica, porém, quando os agentes se aproximavam, ele fugiu e se escondeu em uma mata de difícil acesso.

“Fizemos buscas mas não conseguimos localizá-lo. Após o fato, fomos ao endereço da mulher, também em Cariacica, mas ela não estava morando lá e é considerada foragida”, acrescentou.

Após a fuga, no mesmo dia, João Vitor, mostrando audácia, tentou realizar novo crime em Jardim da Penha, momento em que a Polícia Militar o prendeu, junto a outros três indivíduos, que também já respondem a outro inquérito policial.

 

Como a quadrilha agia

Segundo a autoridade policial, a quadrilha agia da seguinte forma:

• Guilherme circulava na região, visualizava algumas vítimas em momento de desatenção.
• Guilherme ligava para o João Vitor, ele chegava sozinho, armado, rendia as vítimas. A partir daí, ia ao encontro do Guilherme.
• Os agentes exigiam a senha dos cartões de crédito da vítima e se dirigiam a shoppings centers, na maioria das vezes.
• João Vitor ficava em poder das vítimas, sob grave ameaça, e Guilherme ia às lojas e realizava diversas compras no cartão de crédito da vítima.
• Concluídas as transações, Guilherme entrava em contato com João Vitor e falava que estava tudo resolvido em relação ao cartão. João então exigia que fosse transferido um Pix da conta da vítima para a conta da mulher foragida.
• A transação era concluída pelo Pix e a vítima liberada.

Além dos três líderes, a polícia afirmou, em coletiva, que há outros seis envolvidos identificados e que, em breve, será realizada a 2ª fase da operação, a fim de prender os outros seis suspeitos.

Também presente, o comandante da 12ª Companhia Independente, major Isaac Rubim, contou como foi a participação da Polícia Militar. Ele ressaltou que as vítimas em todos os casos foram mulheres, e que os suspeitos usavam armas de fogo. No dia em que quatro suspeitos foram presos, foi usado simulacro.

“Nossa inteligência começou a trabalhar em cima desses dados. Trocamos informações com o Deic e começamos um trabalho preventivo de fortalecimento de policiamento em Jardim da Penha, assim como o engajamento da comunidade na vigilância. Na sexta (6), o João Vitor, muito audacioso e ousado, resolveu ir ao bairro cometer novo crime, quando a PM e a Guarda conseguiram fazer as prisões”, disse.

O major Isaac informou que uma pessoa ligou para o posto da polícia de Jardim da Penha, afirmando que quatro indivíduos entraram com uma senhora em um carro vermelho e mandando um vídeo por Whatsapp.

“Assim foi possível realizar o cerco. Dois deles foram presos de imediato, não resistiram à prisão, que ocorreu na Avenida Dante Michelini, com auxílio da Guarda”, explicou.

Segundo o major, os outros dois suspeitos fugiram, sendo que um acabou sendo alcançado e o outro se escondeu no quarteirão de um hotel da região.

“Buscamos em todos os quartos do Aruan, em mais de 300 apartamentos, empregamos até o helicóptero do Notaer. O suspeito chegou a entrar no hotel, foi fugindo, quebrando telha, mas cercamos o quarteirão, então ele não ia sair. Conseguimos prendê-lo em um prédio residencial, escondido na caixa de esgoto. Continuaremos a patrulha, pois ainda há seis pessoas soltas”, contou.

Segundo o major, a prisão de João Vitor, que resolvia quanto dinheiro cada membro da quadrilha receberia e já contava com histórico criminal de roubo e tráfico de drogas, foi realizada graças às informações prestadas pela comunidade do bairro.

Dicas para evitar ser vítima de sequestro-relâmpago

De acordo com o delegado Gabriel Monteiro, vítimas em potencial devem ficar atentas às seguintes dicas:

1. Quando estiver indo ou saindo do veículo, observe ao redor.
2. Não fique parado dentro de veículo com celular.

3. Se possível, mantenha dois celulares, sendo um para transações, que deve ser deixado em casa.

4. Não tenha grandes limites para o Pix e qualquer movimentação diferente, ligue para o 190.

Fonte: Folha Vitória

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